
Apesar de ser uma das modalidades mais antigas dos Jogos Olímpicos modernos, o tiro esportivo ainda é pouco compreendido e raramente ganha espaço de destaque na grande mídia brasileira.
Felizmente, duas produções audiovisuais alteraram esse cenário ao resgatar a história e valorizar os atletas que transformaram o Brasil em referência internacional na modalidade. Com linguagens distintas, ambos os documentários oferecem ao espectador uma imersão única no passado heroico e no presente competitivo do esporte.
Um olhar para o passado: "Ouro, Prata, Bronze e... Chumbo!"
Dirigido por José Roberto Torero Jr., o documentário "Ouro, Prata, Bronze e... Chumbo!", lançado em 2011, resgata o marco inaugural da história olímpica brasileira: os Jogos de Antuérpia, em 1920. Foi lá que o Brasil conquistou suas primeiras medalhas olímpicas — todas no tiro esportivo, com destaque para o major Guilherme Paraense, que levou o ouro, e Afrânio da Costa, medalhista de prata.
Sem imagens originais da época, o filme aposta em uma reinterpretação cômica e inventiva: atores encenam os acontecimentos, simulando um falso documentário narrado por um personagem fictício da equipe brasileira.
A leveza e criatividade do roteiro tornam a narrativa acessível, divertida e ao mesmo tempo informativa, especialmente para os que desconhecem a origem das conquistas nacionais no esporte. A obra faz parte do projeto Memória do Esporte Olímpico Brasileiro e está disponível gratuitamente no YouTube. Assista: https://www.youtube.com/watch?v=6DsDAosUSZE
Realidade atual e bastidores: "Alvo Olímpico"
Lançado em 2013, "Alvo Olímpico" é uma produção da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo que propõe um mergulho nos bastidores da preparação do Brasil para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.
Com imagens de treinamentos, entrevistas e momentos de competição, o documentário revela a dedicação diária de atletas como Felipe Wu, Emerson Duarte e Júlio Almeida — referências do tiro esportivo nacional.
Além de apresentar os principais nomes da modalidade no século XXI, a obra também explica de forma didática e visual as 15 provas olímpicas de tiro, suas regras, exigências técnicas e desafios físicos e mentais.
O filme é acessível gratuitamente e cumpre papel educativo ao tornar o esporte compreensível para o público geral. Assista: https://www.youtube.com/watch?v=0No5io7BgDE
Preservação da memória esportiva
Ambos os documentários fazem parte de um movimento mais amplo de valorização do esporte olímpico brasileiro por meio do registro audiovisual.
O projeto Memória do Esporte Olímpico, que viabilizou "Ouro, Prata, Bronze e... Chumbo!", teve apoio da ESPN Brasil e foi financiado pela Lei Rouanet. As produções foram distribuídas para bibliotecas, escolas e centros culturais, democratizando o acesso ao conteúdo e resgatando a trajetória de esportes historicamente negligenciados.
Daniela Greeb, coordenadora do projeto, destacou que a missão das obras era “dar visibilidade a quem nunca teve”, revelando atletas e histórias que normalmente passam despercebidos na cobertura esportiva tradicional.
Cultura, esporte e inspiração
A loja Revolution Arms, de Santos (SP), aponta que, ao retratar com sensibilidade a técnica e a disciplina do tiro esportivo, esses filmes ajudam a desfazer preconceitos e aproximam o público da realidade dos atletas.
Mais do que recontar feitos, as produções mostram o esporte como meio de superação, pertencimento e orgulho nacional.
Em tempos de superficialidade midiática, iniciativas como essas oferecem profundidade e memória — e mostram que por trás de cada disparo certeiro, há uma longa trajetória de esforço e paixão.
Para saber mais sobre esses dois documentários sobre o tiro esportivo brasileiro, acesse:
Se você se interessou por esse assunto, saiba mais em:
https://revolutionarms.com.br/publicacao/tiro_esportivo_nas_olimpiadas
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