
A regulamentação do uso de armas de fogo no Brasil é um tema complexo e amplamente debatido no sentido de buscar equilibrar o direito à autodefesa e à prática do tiro esportivo com a necessidade de preservar a segurança pública. Dentro desse contexto, as armas de uso restrito se destacam como uma categoria cuja posse e utilização são limitadas a grupos qualificados e submetidas a um controle rigoroso. Essas armas são definidas por sua elevada potência, capacidade destrutiva, funcionalidades técnicas e aplicações especializadas.
De acordo com a legislação brasileira, armas de uso restrito são aquelas cujo acesso é reservado a instituições de segurança pública, forças armadas e, em casos específicos, a indivíduos que preencham requisitos rigorosos, como atiradores desportivos e caçadores registrados. O Decreto nº 11.615/2023 e a Portaria Conjunta C EX/DG-PF nº 2/2023 estabelecem os critérios para categorizar essas armas, considerando aspectos como energia cinética, calibre e funcionalidade. A distinção clara entre armas de uso permitido e restrito é essencial para garantir que o acesso a equipamentos mais potentes esteja limitado a contextos adequados e pessoas devidamente capacitadas.
As armas automáticas representam um exemplo clássico de equipamento de uso restrito. Essas armas são capazes de disparar múltiplos projéteis em uma única pressão do gatilho, o que as torna extremamente eficazes em situações de combate. Independentemente do calibre, sua classificação como de uso restrito decorre de seu alto potencial destrutivo e da necessidade de controle estrito sobre sua posse. Além disso, armas semiautomáticas, que disparam um projétil por acionamento do gatilho e recarregam automaticamente, também podem ser restritas dependendo de suas especificações técnicas.
Outro critério fundamental para a classificação de armas de uso restrito é a energia cinética produzida pelo disparo. No caso de armas de porte, como pistolas e revólveres, aquelas cuja munição gera uma energia superior a 407 joules na saída do cano são consideradas de uso restrito. Exemplos incluem pistolas de calibres 9 mm, .40 S&W e .357 Magnum. No segmento de armas longas, os limites são ainda mais elevados: armas de alma raiada cuja munição exceda 1.620 joules, como os rifles .308 Winchester e .223 Remington, são classificadas como restritas. Esses equipamentos são amplamente utilizados em práticas esportivas de alto nível e por profissionais que exigem alta precisão e alcance.
Armas de alma lisa, como espingardas, também estão sujeitas a restrições. Espingardas de calibre superior a 12 GA ou aquelas com funcionalidade semiautomática, independentemente do calibre, são classificadas como de uso restrito devido ao maior poder de fogo e capacidade de destruição. Essas armas são frequentemente utilizadas em aplicações táticas ou operações policiais e militares.
A legislação também regula armas de pressão, como carabinas e pistolas de ar comprimido. Equipamentos com calibre superior a 6,35 mm, que disparam projéteis de qualquer natureza, são considerados de uso restrito, exceto dispositivos destinados a fins recreativos, como os lançadores de paintball.
O acesso a armas de uso restrito está condicionado às necessidades e ao nível de preparo dos indivíduos ou instituições requerentes. Forças de segurança pública, como polícia e exército, têm acesso direto a esses armamentos para execução de suas funções. Já os atiradores desportivos precisam comprovar progressão em seu nível de certificação, sendo que apenas praticantes dos níveis mais avançados (3 e 4) podem obter autorização para armas restritas. Essa progressão exige não apenas habilidades técnicas, mas também cumprimento de requisitos burocráticos e participação regular em competições.
Os caçadores registrados também podem ter acesso a armas de uso restrito, dentro de um contexto de controle de espécies invasoras, como javalis. Esse uso controlado reflete a necessidade de evitar danos ambientais causados por animais que ameaçam ecossistemas locais.
A obtenção de autorização para armas de uso restrito exige o cumprimento de uma série de etapas, incluindo registro no Comando do Exército, comprovação de capacidade técnica e psicológica, e justificativa clara para a aquisição. Apesar das restrições, as armas de uso restrito desempenham um papel essencial em aplicações especializadas. No tiro esportivo, por exemplo, calibres como .308 Winchester e .223 Remington oferecem precisão e alcance superiores, permitindo competições de alto desempenho. Em operações policiais e militares, armamentos como espingardas semiautomáticas e fuzis automáticos garantem a eficácia em situações de risco extremo. Venha conhecer os produtos da loja Revolution Arms, de Santos (SP)!
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