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Balística terminal: entenda os efeitos de um disparo com arma de fogo

09 MAI 2025

Entre os diversos ramos da balística, a balística terminal ocupa um papel central por tratar do momento decisivo: o impacto do projétil no alvo. Essa área estuda como a energia é transferida ao corpo ou material atingido e quais são as consequências desse contato violento.

Suas aplicações vão muito além do campo militar — abrangem a medicina de emergência, a perícia forense, o desenvolvimento de munições e estratégias de defesa pessoal.

Quando o projétil encontra o alvo

Diferente da balística interna (comportamento do projétil dentro da arma) e da externa (trajetória no ar), a balística terminal analisa o que ocorre no instante em que o projétil atinge um corpo.

A complexidade desse fenômeno depende de diversos fatores: massa, velocidade, formato e estrutura do projétil são determinantes, assim como as características do tecido atingido, como densidade, elasticidade e resistência.

Projéteis que se deformam, fragmentam ou alteram sua trajetória no interior do corpo costumam causar lesões mais extensas. Modelos com ponta oca ou expansiva, por exemplo, são projetados para abrir-se ao contato, aumentando a área de impacto e, portanto, o dano gerado.

Mecanismos principais de lesão

Os efeitos provocados por um projétil são divididos em três mecanismos principais:

  • Laceramento e esmagamento: causados pela penetração direta e destruição dos tecidos no trajeto físico do projétil.

  • Cavitação: o projétil gera uma cavidade temporária nos tecidos ao seu redor, esticando-os de forma violenta. Em órgãos frágeis, como fígado ou cérebro, a cavitação pode ser ainda mais destrutiva do que o caminho direto da bala.

  • Ondas de choque: formadas pela rápida compressão dos tecidos, espalham energia em torno do ponto de impacto, podendo causar danos à distância.

Esses mecanismos combinados determinam a extensão da lesão, que pode ser muito mais ampla do que o simples diâmetro do projétil.

Tipos e características das feridas

A balística terminal classifica os ferimentos em:

  • Penetrantes: o projétil permanece dentro do corpo.

  • Perfurantes: o projétil atravessa, deixando orifícios de entrada e saída.

  • Avulsivos: há perda significativa de tecido, geralmente associada a calibres altos ou alta velocidade.

As feridas de entrada tendem a ser mais regulares e limpas, enquanto as de saída são irregulares, com bordas evertidas. Em tiros à queima-roupa, pode haver sinais de queimadura e marcas de pólvora. O padrão das feridas ajuda a reconstruir a dinâmica do disparo e identificar a posição do atirador.

Efeitos secundários e complicações

Além dos danos imediatos, os ferimentos balísticos podem gerar fenômenos adicionais:

  • Embolização: fragmentos do projétil entram na corrente sanguínea.

  • Infecção: detritos e contaminantes podem ser levados para dentro do corpo.

  • Plumbismo: intoxicação por chumbo em casos de projéteis alojados por longos períodos.

Esses efeitos podem agravar o quadro clínico e exigem conhecimento especializado para diagnóstico e tratamento eficaz.

O comportamento do projétil dentro do corpo

O trajeto de um projétil no interior do corpo humano não é previsível. Ossos, músculos e órgãos criam obstáculos que podem alterar a direção da bala. Quando colide com estruturas rígidas, o projétil pode girar, partir-se ou até ricochetear internamente. Essas interações causam danos complexos e são observadas com frequência em exames forenses.

Impactos em ossos geram chanfraduras, com características visíveis nas superfícies de entrada e saída — úteis para definir a direção do disparo. Em casos extremos, como em crânios atingidos por munições de alta velocidade, há lesões explosivas com fraturas em padrão de buraco de fechadura.

Importância prática da balística terminal

A compreensão da balística terminal é vital para diversas áreas:

  • Na medicina, orienta cirurgias e tratamentos, permitindo prever a extensão dos danos internos.

  • Na perícia criminal, fornece dados cruciais para reconstituir tiroteios, identificar tipos de armas e projetar trajetórias.

  • Na indústria bélica, orienta o desenvolvimento de munições com comportamento controlado, seja para maximizar impacto em combate ou para reduzir danos colaterais.

Mais do que ciência aplicada à guerra, a balística terminal é ferramenta de diagnóstico, justiça e proteção.

Conclusão

A loja Revolution Arms, de Santos (SP), conclui que, ao estudar os efeitos de um projétil sobre o corpo humano ou materiais, a balística terminal revela com precisão as complexas consequências de um disparo.

Cada detalhe — da velocidade ao tipo de tecido atingido — influencia o resultado final e carrega implicações médicas, legais e táticas.

Entender esse campo é essencial para quem atua com armas, saúde, segurança ou investigação.

Para saber mais sobre balística terminal, acesse: 

https://sanarmed.com/resumo-de-balistica-forense-interna-de-efeitos-e-externa/

https://www.academiadearmas.com/balistica-terminal-um-pequeno-apanhado-sobre-o-assunto/


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